sábado, 4 de fevereiro de 2012

"Gosto de fazer anos"

"Gosto da fazer anos", dizia uma amiga minha um dia destes. Aprecia mesmo, dá-lhe satisfação completar mais um ano de vida, de vivência, de saúde. Também gosto, por esse prisma. Mas quando lhe disse quantos irei fazer, depois de ela atirar com uns "32, 33", a reação foi "Fd$#&, estás velha!!".
35. Não, não me enganei a teclar. Estou a meio, entre os 30 que ninguém na casa dos 20 quer fazer e os malfadados 40, que vemos um marco para não sei quê. Um marco para a decadência, para as primeiras dores no corpo e nos ossos, para o envelhecimento?... Ou então a idade do auge como alardeiam muitas mulheres, figuras públicas, quando ficam quarentonas.
A verdade é que não me sinto com essa idade. Continuo a gostar da mesma forma de música, de dançar, de me divertir, de mandriar (isso cada vez mas, é bem verdade; será da idade??).
Um facto não nego: se e quando fizer 50 anos, vou suspirar pelos tempos aúreos em que tinha 30 e picos. Tenho sempre saudades do que passei e vivi. Pelo menos, enquanto o Alzheimer não me atacar de vez.

Chamam-me antiquada!!!!

Venho falar de Facebook´s, Twitter´s e afins. Por curiosidade, lapso e influência de uma amiga criei há cerca de dois anos a minha página no Facebook. Mas apenas e só. Nunca lá entrei, nunca lá coloquei qualquer informação. Assim aconteceu, por desinteresse, falta de tempo e, acima de tudo, porque perdi e esqueci a password de acesso.
Ontem ligaram-me telefonicamente pelo meu suposto aniversário - que só acontece dia 19 deste mês. Logo essa amiga me disse que eu teria muitos amigos no Facebook a desejar-me igualmente felicidades. Indignação total! Tratei de redescobrir o acesso ao meu "Facebuku" (como lhe costumo chamar) e verifiquei que a Carla virtual tem muito mais amigos que a Carla real. Como pude viver assim até agora?? São às dezenas os pedidos de amizade, inclusivamente de figuras que nunca vi mais gordas.
Não, isto não é para mim. Ultrapassa a minha compreensão da vida, das relações, da forma de estar. Tenho aspirantes a amigos "facebukeiros" que na maior parte das vezes, ao se cruzarem por mim, nem me cumprimentam. Devem estar amuados porque não lhes cheguei a dar o anuimento para uma amizade profunda e para a vida...
Bem sei que as relações, as amizades, os conhecimentos começam por algum lado, começam por uma apresentação, por pouco, mas este ecrã de computador também ajuda a esconder muitos sentimentos, reações. E eu prefiro as coisas cara a cara, ou então partilhar alguma privacidade da vida com pessoas que conheço e gosto realmente. Realmente de vida real, palpável, olhos nos olhos.
Não, isto não é para mim. Chamam-me o que quiserem. Quero partilhar a minha vida só com os meus amigos, não com conhecidos e, ainda pior, desconhecidos!