quarta-feira, 5 de novembro de 2008

BPN de "Bufunfa* Para Nós"


Bom, este nós não se refere naturalmente ao comum dos clientes do banco... mas antes a uns quantos gestores que levaram o BPN à quase ruína. Pormenores não os conheço, mas isso também não é de admirar. Nem o próprio Ministério Público ou as autoridades de supervisão bancárias portuguesas saberão, a fundo, o que se passou na gestão do banco. Certo é que o Governo se viu obrigado a intervir, alegadamente para salvaguardar os interesses dos "depositantes". Um desses depositantes é o próprio Estado - 250 milhões de euros numa conta da Segurança Social - destinada a pensões - e outros 250 milhões oriundos de vários organismos públicos como a CGD (onde de resto eu tenho conta!...). Ouço por aí muita gente criticando o facto do Executivo ter socorrido o BPN, quando as empresas na falência, os desempregados, os pobrezinhos, blá, blá, blá,... por eles nada faz. Eu concordo com a intervenção estatal, pena que tenha sido tão tardia. O que me irrita profundamente é o descaramento do governador do Banco de Portugal (BdP). Vítor Constâncio disse-se surpreendido com a situação a que chegou o BPN. Ora, é cada vez mais do domínio público que o BdP já havia sido alertado, diversas vezes, para as irregularidades que se passavam no banco. Algo vai mal com o sr. Constâncio. Pena que não possa ser dispensado tal como um ministro que se demite. Quem será que o comprou? Será que também está integrado naquele "nós" de que eu falava inicialmente?...

* Dinheiro, no Português do Brasil

Vai lá vai, até o Barack Obama...


Sinto que hoje vivo um dia histórico, um dia que vai ficar nos anais da política internacional - o dia em que a América elegeu o seu primeiro presidente negro. Mais do que uma machadada no racismo - que continuará a existir - espero que seja o início do fim de uma América colonizadora, dominadora e conflituosa. Aguardo pelas mudanças que Barack Obama pormeteu como, por exemplo, o fim da guerra no Iraque. Mas, tal como não acredito em fadas, também não creio que essa ruptura se faça rápida e radicalmente. Espero por um mundo melhor, menos capitalista, menos dependente da loucura das bolsas, mais desoprimido do poder do petróleo. Com todas as limitações inerentes, faço a minha parte. Exijo o mesmo dos outros!