segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Afinal, fico


Primeiro falou sem pensar. Depois, pensou e refez o discurso. A bem dizer, nem com todo o pensamento positivo - de resto, que lhe faltou durante os Jogos Olímpicos de Pequim - Vicente Moura conseguirá apagar a imagem que deu de si próprio. De um homem precipitado que, antes das Olimpíadas terminarem, já antevia uma péssima prestação portuguesa. Em semelhante conjuntura não estava disposto a avançar com a re-candidatura à presidência do Comité Olímpico Português (COP). Mas o Ouro de Nélson Évora foi miraculoso para Vicente Moura. Não o milagre das rosas mas o milagre do triplo salto. Nestas circunstâncias, afinal, já admite continuar no COP. Porque aquela recusa em se candidatar não era uma demissão! Não! Era uma espécie de "toma lá a batata quente". Ora, se a batata arrefeceu, porquê passá-la? [E entregar os louros a outros, digo eu...]

Sem fogos para noticiar...


... sobraram-nos os assaltos, acidentes de aviação e operações policiais. Este Verão tem sido muito atípico. Por causa das temperaturas mais baixas (e dos meios de combate reforçados, segundo o Governo), houve uma fonte preciosa de notícias e reportagens em directo que se esvaziou: os incêndios florestais. Embora se trate da "silly season", a verdade é que alguma coisa tem de preencher os noticiários - para além da feira da alcaparra e dos benefícios da alcachofra (dois assuntos de grande importância que agora me ocorreram e que, certamente, alguma TVI ou RTPN aproveitou para noticiar). Pois bem, os larápios deste país - ou aspirantes a moradores de EP´s (*) - apressaram-se a dar-nos motivos para comprarmos o jornal ou para vermos as notícias. Mãos à obra e lá foram eles assaltar bancos, gasolineiras, ourivesarias, caixas Multibanco e burlar idosos. Pelo meio, os pilotos e os aviões também ajudaram ao jornalismo. Tudo começou com a queda (fatídica) do aparelho da Spanair, em Madrid; seguiu-se um sem número de aterragens de emergência, outras quedas, voos cancelados por alegadas avarias técnicas e até aviões sequestrados por piratas do ar. Ora, a polícia portuguesa, querendo ter algum protagonismo em toda esta vaga noticiosa (e porque não também algum mérito) desdobra-se de repente em várias operações de fiscalização nas estradas e em bairros problemáticos das grandes cidades de onde, de resto, seriam originários os bem-intencionados criminosos. Claro que a intenção foi boa! Afinal, suaram-se as estopinhas para ajudar os amigos jornalistas.
(*) - Estabelecimentos Prisionais

Herman "à velhos tempos"


Desde que o conheço que gosto de Herman José. Uma relação antiga, portanto. Não que lhe seja próxima... conheço-o tal qual milhares de espectadores e apreciadores de humor por esse país fora. Lembro-me de ver (e apreciar) programas como "O Tal Canal", "Humor De Perdição", "Com A Verdade Me Enganas" e "A Roda Da Sorte". O expoente máximo para mim foi "Herman Enciclopédia" (gravava religiosamente todos os programas em cassete de vídeo). Ainda me diverti com "Parabéns" ou com versão SIC do humorista - em "Herman 98/99". Mas parece-me que o novo milénio não começou da melhor forma para Herman José von Krippahl - nome completo. Os seus "sketches" já não provocavam em mim o riso desbragado. O pior de tudo foi em "Hora H", programa que ainda visonei mas do qual desisti, após algumas tentativas frustradas. Era um humor que pura e simplesmente não me divertia. A SIC é que parece não desistir do Herman. A última oportunidade (em termos cronológicos, leia-se) foi-lhe dada em "Chamar A Música". O programa começou por ser semanal e com um registo mais ou menos engraçado. Em Agosto fez-se presença diária em casa dos telespectadores e ganhou um embalo humorístico imparável. Infelizmente, parece que em Setembro volta a ir para o ar semanalmente apenas. Mas a verdade é que o Herman José volta a estar em grande forma e a divertir com espontaneidade quem o ouve e vê. Vai servir de pivot à reedição de "A Roda Da Sorte" - que originalmente passou na RTP1, nos anos 90. Espero ansiosamente pela estreia porque gargalhar é talvez das melhores coisas que a vida tem. E quem me faz rir merece o meu apreço.